Luminófilos é o primeiro capítulo de uma investigação sobre duas dimensões principais da luz como fundamento essencial da fotografia: enquanto revelação, cujo excesso ou ausência pode revelar visões ocultas, e enquanto luz mística, ligada a revelações espirituais e políticas. A exposição apresenta práticas artísticas em diálogo com a “luz seca” dos desertos e a “luz húmida” das florestas, através das lentes de cinco artistas contemporâneos, da Ásia Ocidental à Amazónia, destacando as semelhanças e dualidades entre as cosmopolíticas emergentes destas regiões.
Claudia Andujar desvenda um genocídio, enquanto as obras de Christo Geoghegan e do Coletivo Pariacaca desconstroem os estereótipos dos exploradores europeus, oferecendo novas visões inspiradas nas cerimónias amazónicas, muitas vezes demonizadas pela Igreja Católica. Smith e Hoda Afshar baseiam as suas obras no deserto, envolvendo-se com a sua luminosidade e natureza árida, criando narrativas de vida hermética, rituais de jejum e estados de transe e meditação.
Através de imagens de memória e imagens de esquecimento, a exposição destaca o papel crucial da consciencialização e do conhecimento na resistência ao apagamento. Esta resistência cria uma oportunidade para conectar a história com o presente, repensando as complexas interações entre tecnologia, cultura e identidade. Protegendo um segredo profundamente humano, que nenhuma inteligência artificial jamais realmente compreenderá, Luminófilos convoca uma reimaginação da humanidade, reintroduzindo o imaginário e o mitológico na nossa compreensão do que significa ser humano.