Sobre

Porque o futuro se constrói no presente, a Bienal’25 Fotografia do Porto parte do mote AMANHÃ HOJE / TOMORROW TODAY para propor um programa de pensamento e ação que se inscreve no agora. AMANHÃ HOJE imagina um mundo mais regenerativo e interdependente, convocando práticas artísticas e colaborativas que interrogam o tempo presente e ensaiam futuros possíveis. A Bienal afirma-se, assim, como uma plataforma de estudo e experimentação, facilitadora de encontros entre artistas, curadores e organizações culturais, sociais e governamentais, no cruzamento entre investigação artística, prática curatorial e ação pública.

O programa organiza-se em torno de quatro plataformas interligadas — CONECTAR, SUSTENTAR, VIVIFICAR e EXPANDIR — que operam como zonas de ensaio para projetos expositivos, residências artísticas, investigações colaborativas e processos de mediação territorial. Através destas plataformas, a Bienal acolhe práticas que atravessam territórios urbanos e rurais, comunidades locais e redes internacionais, promovendo modos plurais de relação entre imagem, ecologia, tecnologia, afeto e memória. Entre gestos de escuta, dispositivos especulativos e pedagogias situadas, a Bienal’25 constrói um presente atento, consciente e comprometido com o que ainda está por vir.

CONECTAR abre um diálogo internacional e promove parcerias que aproximam ecossistemas artísticos diversos. Luminófilos [Lightseekers] investiga o entrelaçar da fotografia com experiências de revelação espiritual e política, através das obras de cinco artistas contemporâneos — Claudia Andujar, Pariacaca, Hoda Afshar, Christo Geoghegan e Smith — que se debruçam sobre histórias apagadas, gestos de resistência aos legados coloniais e práticas visionárias ou rituais. Em Profundidade de Campo, Mónica de Miranda observa paisagens emergentes como recurso para reinscrever narrativas históricas e imaginar futuros alternativos. Choques no Céu [Mid-air Collisions], de Kathrin Stumreich, interroga as implicações ecológicas de infraestruturas de energia solar de concentração, enquanto Estudos do Futuro [Future Studies], de Luca Locatelli, questiona os paradigmas dominantes de crescimento e a mutação das relações entre humanidade, tecnologia e natureza. Em Estruturas Abertas [Open Structures], Sara Orsi revela como certas arquiteturas digitais reproduzem mecanismos de exclusão, particularmente em relação a comunidades marginalizadas. A artista Sofia Borges encontra-se em residência nas coleções do Museu de História Natural e da Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto. O seu projeto, A New Rhapsody by Sofia Borges, propõe uma leitura crítica e poética do tempo, da memória e da representação, materializada em formatos expositivos e performativos.

SUSTENTAR propõe uma reflexão sobre a sustentabilidade ecológica e social em quatro territórios distintos de Portugal. Urbanário, de Carlos Trancoso, parte do Porto BioLab — um laboratório florestal concebido para otimizar serviços ecossistémicos ao serviço da comunidade urbana. Em Rizomas, Joana Dionísio explora o ativismo comunitário no Geoparque Algarvensis, propondo-o como instrumento de articulação entre justiça ambiental e coesão social. O projeto Práticas de um Arquivo Vivo, de Catarina Braga, desenvolvido na Casa de Mateus em diálogo com o projeto Escola das Transições, traduz investigação científica em formas visuais digitais, revelando os enleios entre biodiversidade e tecnologia. Um Lago Acima do Deserto, de Gonçalo C. Silva, reflete sobre a convivência ambígua entre as dimensões natural e artificial no maior lago construído da Europa, onde linhas de vida submersas contrastam com a aridez induzida pelas alterações climáticas.

O projeto ViViFiCAR estabelece ligações entre artistas em residência e comunidades rurais da região do Douro através de processos participativos de criação, convocando temas como as relações entre humanos e natureza, sustentabilidade do território, migração e identidade. No Tempo das Cerejas resulta da residência de Lara Jacinto em Sabrosa, que dá visibilidade a comunidades migrantes recentemente chegadas da Europa e da Ásia, num território marcado historicamente pela emigração. Em Torre de Moncorvo, Incisão de Augusto Brázio detém-se sobre a pertença humana no seio do ecossistema envolvente. Já Material em Bruto a instalação vídeo de James Newitt concebida em Mêda, toma as práticas mineiras e agrícolas como metáforas para atravessar camadas temporais — entre o passado, o presente e os futuros possíveis.

EXPANDIR apoia o desenvolvimento de projetos e produções expositivas de artistas emergentes cujas práticas entrelaçam estruturas sociais e ecológicas, interrogando as intersecções entre tecnologia, ecologia e resiliência humana. Em A Extraterritorialidade da Toxicidade [The Extraterritoriality of Toxicity], estudantes do Royal College of Art investigam o impacto da toxicidade artificial em corpos humanos e não humanos, tomando o rio Douro como arquivo fluido de relações pós-naturais. A exposição itinerante Laços que Unem [Ties that Bind], apresentada em colaboração com a plataforma europeia FUTURES, explora formas contemporâneas de pertença, ligação e parentesco. Dev Dhunsi, Ihar Hancharuk, Jan Durina, Donja Nasseri, Sheung Yiu, Angyvir Padilla e Sasha Chaika percorrem estas dinâmicas, revisitando vínculos afetivos, territoriais e tecnológicos numa tentativa de reconciliação com as fraturas do mundo contemporâneo. Não Vejo Cor, de Odair Rocha Monteiro, decompõe a noção de neutralidade racial, mobilizando códigos visuais e cinematográficos para questionar os modos de ver e de nos posicionarmos perante o outro. Estudantes do programa de Mestrado em Fotografia Documental da University of South Wales contribuem com a exposição In Your Head: Obras–Conceitos–Processos, que adota uma abordagem lúdica e aberta à fotografia — por vezes introspetiva e íntima, por vezes monumental e expansiva. Em cocriação com um grupo de jovens do bairro da Pasteleira, Paula Preto desenvolveu o projeto Com as Imagens Bonitas do que Desapareceu, centrado numa ecologia dos afetos e das emoções, integrado no programa público de mediação da Bienal’25 Fotografia do Porto.

Equipa

Direção Geral
Virgílio Ferreira
Co-Direção Artística
Jayne Dyer, Virgílio Ferreira
Curadores
Christopher Sejer Fischlein, Francisco Lobo, Gabriela Vaz-Pinheiro, Jayne Dyer, João Laia, João Leal, Mark Durden, Nuno Crespo, Paulo Moreira, Romea Muryń, Rui Mascarenhas, Sergio Valenzuela-Escobedo, Susana Lourenço Marques, Thyago Nogueira, Virgílio Ferreira
Artistas
Allan Bulley, Angyvir Padilla, Augusto Brázio, Bogdan Smith, Carlos Trancoso, Catarina Braga, Colectivo ADS11 (Angel Chase, Ezdan Bakir, Jonathan Woo, Min Ha Jun, Ziyu Zhang, Charlotte Amos, Eduardo De Miguel Muñoz, Ellena Grace Pointer, Nanchalee Rebecca Waite, Nesrin Kianni, Yuhui Qiang, Yunan Wang, Jing Zhenzhen), Christo Geoghegan, Christoph Zerr, Claudia Andujar, Dev Dhunsi, Edward Jones, Emirhan Demeril, Gonçalo C. Silva, Helena Lea Manhartsberger, Hoda Afshar, Ihar Hancharuk, James Newitt, Jan Durina, Joana Dionísio, Josh Helliker, Kathrin Stumreich, Lara Jacinto, Leonbattista Scacchetti, Luca Locatelli, Madiha Safdar, Mario Popham, Mónica de Miranda, Odair Rocha Monteiro, Colectivo Pariacaca (Prin Rodriguez, Fernando Criollo), Paula Preto, Roo Lewis, Sara Orsi, Sasha Chaika, Sheung Yiu, Sofia Borges, Valley Rosado, Xavier Monteiro
Artistas nomeados pela Bienal Fotografia do Porto para integrar a Futures em 2024-25
Emanuel Constantino, Inês Quente, Jéssica Gaspar, João Bragança Gil, Patrícia Assis, João Ramilo, Katya Bogachevskaya, Maria Beatriz de Vilhena, Rui Costa, Teresa Freitas
Artistas Project Rooms 2024-25
Ânia Pais, Anna Lopes, Elisa Vieira, Felícia Pinho Oliveira, Guilherme Monteiro, Jana Hummel, Luca Zangrandi, Luísa Fernandes, Mariana Leitão, Rafael Paris, Renato Chorão, Rodrigo Machado da Encarnação, Willian Ferreira
Especialistas convidados
Isabel Castro, Lisa Barnard, Marco de Abreu, João Carrola (UTAD), Lúcia Guilhermino (FCUP), Rui Cortes (UTAD), Sonia Jeunet, Vera Carmo, Vanessa Aires
Direção Executiva
Marta Huet Rocha
Direção Financeira
Renato Ribeiro
Coordenação de Produção
Beatriz Almeida
Assistente de Produção
Bruna de Paula
Design
PLANA
Consultoria Digital
Ricardo Mendes
Arquiteto
Nuno Pimenta - Architecture for Art
Web Design e Desenvolvimento
PLANA
Curadoria Educativa
Coletivo Arisca
Impressão e Acabamentos
Lumen
Edição, Revisão e Tradução
José Roseira
Montagens
Kiko
Técnicos Audiovisuais
Henrique Queirós, João Monteiro
Registo Fotográfico
Pedro Sardinha
Registo Videográfico
Igor Sterpin
Assessoria de Imprensa
Myrtille Beauvert, Silver Lining

Parceiros

Organização e Produção
  • Estrutura Financiada por
  • Apoio Financeiro
  • Mecenas
  • Apoio Institucional
  • Parceiros
  • Apoio
  • Parceiro Media
  • Subscreva a nossa newsletter
    Designed and developed by PLANA